O Programa de Pós-Graduação em Biometria (Mestrado) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) foi criado em 1997 no antigo Departamento de Física e Matemática, sendo reconhecido pela CAPES em 2001. Em 2008, passou a se chamar Programa de Pós-Graduação em Biometria e Estatística Aplicada (PPGBEA), nome que melhor expõe a proposta do Programa. Também no ano de 2008, foi aprovado o Doutorado em Biometria e Estatística Aplicada, que teve suas atividades iniciadas no 1º semestre/2009. Atualmente, o Programa conta com conceito 5 na CAPES e encontra-se fisicamente vinculado ao Departamento de Estatística e Informática (DEINFO), que surgiu em 2005 através de um projeto da área de Estatística, visando o desmembramento dessas áreas do Departamento de Física e Matemática para melhor atender as necessidades dos cursos de graduação da UFRPE.
A criação do PPGBEA teve como premissa preencher uma lacuna de profissionais de Biometria e Estatística Aplicada em nível de Pós-Graduação, visto que a Região Nordeste dispõe de várias instituições de nível superior formadoras de profissionais nas áreas agrárias, biológicas e humanas, onde a aplicação da Biometria e da Estatística têm sido largamente solicitadas, dado o grande número de problemas envolvendo a coleta, processamento e análise de dados de diversos fenômenos nas ciências acima mencionadas.
Desde sua criação, o Programa já formou 232 mestres(as) e 105 doutore(as), até dezembro/2024, que atuam em diversos segmentos da sociedade brasileira. Os egressos do nosso Programa são professores de Estatística, Estatística Aplicada e Matemática em diversas instituições de ensino e pesquisa da Região Nordeste e do Brasil. Temos egressos de nosso corpo docente na UFRN, FUFSE, UEPB, UFPB, UFCG, UFPE, UFRPE, UFBA, UNEB, UFCA, UNIVASF, UFS, além de institutos federais do CE, PB, PE, dentre outros.
Em 2014 foi aprovado o Dinter entre a Universidade Federal de Sergipe (Receptora) e o Programa de Pós-Graduação em Biometria e Estatística/UFRPE (Promotora), com atividades iniciadas em abril 2015, contribuindo desta forma, para qualificação do quadro docente da instituição receptora e para o crescimento das pesquisas e do ensino de estatística na Região Nordeste e no Brasil. O Dinter foi finalizado no ano de 2019. Dos oito discentes iniciais, cinco completaram seus doutorados, sendo de grande valia para a instituição receptora, a grande qualificação de seus quadros recebida sem necessidade de afastamento por longos períodos de seus docentes. Desse ponto de vista, isso representa inclusive um grande impacto econômico, a partir do momento em que não houve necessidade de contratação de docentes substitutos para ocupar as vagas.
Dada sua característica interdisciplinar, o PPGBEA apresenta hoje, através dos seus docentes, uma grande rede de colaboração em pesquisa dentro da própria instituição e com instituições nacionais de diversas regiões do Brasil e do exterior. O Programa vem construindo uma sólida inserção internacional, por meio de doutorados sanduíche, e através do intercâmbio contínuo com pesquisadores internacionais. As pesquisas realizadas pelos docentes do Programa de Biometria e Estatística Aplicada têm como principal foco o conhecimento e explicação dos diversos fenômenos naturais estudados, os quais apresentam, em sua maioria, comportamento complexo. Devido a esta complexidade, metodologias clássicas de modelagem e análise se tornam, às vezes, insuficientes. No entanto, devido ao perfil eclético do corpo docente do presente programa, com formação em estatística, matemática, ciência de computação, física estatística e diversas áreas de agrárias, como agronomia, pesca, floresta e solos, torna-se possível o entendimento dos fenômenos estudados através de métodos clássicos e emergentes (e.g. análise de sinais, redes neurais, análise de imagem, reconhecimento de padrões, modelagem físico-estatística, etc.) e modelos fenômenos-específicos, com suporte em simulações computacionais de alto desempenho. Tal característica representa um diferencial do Programa de Biometria e Estatística Aplicada (único no Nordeste) em relação aos demais cursos de exatas (cinco, em todo Brasil) que estão inseridos no Comitê de Agrárias I, e uma grande contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico das Ciências Agrárias e áreas afins. Desta forma, o fato de estarmos atuando na interface entre as agrárias e exatas justifica a composição do corpo docente do curso pelos pesquisadores com formação em diversas destas áreas, e consequentemente o conceito da formação especifica da área de concentração do Programa deveria incluir todos os nossos docentes (permanentes e colaboradores). De fato, a transferência das metodologias das outras áreas de conhecimento para as agrárias (em particular simulações numéricas e modelagem computacional) deverá trazer fortes benefícios científicos ao longo prazo.
Acreditamos que com o avanço de dispositivos computacionais e das novas técnicas quantitativas, pode ser esperado o aumento do número e da importância dos projetos ligados à área do nosso Programa. Em particular, acreditamos que a transformação futura das ciências agrárias de ramo fenomenológico para direção das exatas (no sentido de poder de previsão causa-efeito), depende fortemente no reconhecimento desta direção de pesquisas. As perspectivas da evolução do nosso programa surgem da necessidade de fortalecimento de aplicação de métodos quantitativos em ciências agrárias, e melhor entendimento do meio ambiente, que está amplamente reconhecida no nível nacional e internacional. Grandes esforços estão sendo investidos nesta direção no Brasil e mundialmente, e neste sentido, a atuação de programas como o nosso pode ser vista como estratégica.
Finalmente, as tendências atuais nas ciências agrárias, com cada vez maior uso de técnicas estatísticas e computacionais, modernas e sofisticadas (como e.g. para agricultura de precisão, monitoramento de ciclagem de carbono e nutrientes, ou uso das técnicas de reconhecimento de padrões para melhoramento de produção agrícola), garantem o crescimento futuro, de importância significativa e visibilidade, de nosso programa no âmbito da sua inserção, tanto no Brasil, quanto internacionalmente. Em relação aos desafios internacionais, nosso Programa tem efetuado diversas ações para maior inserção no âmbito internacional. Aproveitando a participação no Programa de Internacionalização (PrINT/CAPES/UFRPE) que já resultou em colaborações com International Institute of Applied Systems Analysis (Laxenburg, Áustria), Harvard University (EUA) e Université Aix-Marseille (FRA), a partir de pós-doutorados e missões de trabalho; Salford University, University of Edinburgh (UK) e International Institute for Applied System Analysis, Luxenburg (AUS) (missões de trabalho no exterior); Harvard University (EUA); Texas A&M University e Universidad Autónoma de Madrid (ESP) (doutorado sanduíche no exterior, aprovadas em 2019 e que, por conta da atua; pandemia de COVID-19, não foram colocados em prática até o momento).
Além das parcerias iniciadas pelo Print, ao longo do quadriênio, o Programa já vem mantendo relações de parceria em pesquisa e produção científica com Portland State University (EUA), Louisiana State University (EUA), University of Antwerp (Bélgica), Boston University (EUA), Texas A&M University (EUA), Universidad Nacional del Sur (ARG) e Appalachian State University (EUA), Centro Nacional de Sanidad Agropecuária-CENSA (CUB), Universitat Politècnica de Catalunya (ESP), Universiti of Novi Sad (SRB), Research Institute for Development (FRA) etc. Tal esforço visa a internacionalização do PPGBEA e o permanente fluxo de docentes e discentes de nosso Programa e das instituições estrangeiras em cooperações de pesquisa e/ou acadêmicas, estágios pós-doutoral e doutorados sanduíches.